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29 julho 2006 



















Não sei, não...
Em termos de auto-estima, dado que os nossos olhos também nos vêem, até é bom nascer-se e ser-se bonita. Também não vou negar que um palmito de cara jeitoso associado a um corpito tal e coisa não seja uma mais valia... é assim como mais uns créditos a juntar ao curriculum. Em caso de encontros com polícias após uma transgressãozita (assim uma coisinha de nada) um sorriso bonitinho a dar para o indefeso também ajuda. Não nego.
Mas que 'ele' há muitos inconvientes, lá isso há. Grandes inconvenientes. Traumatizantes, direi.

Comecemos pelo meu pai, estaria eu talvez no auge dos meus 35 anos. "Senhor Baltazar Farinha, que bonita é a sua filha!"
"Foi, Senhor Mota Ferreira, foi... está muito estragada". A minha mãe é mais realista. "A Titas? era um espanto... havia de vê-la até aí aos 40...".

E os encontros de família? "A tia lembra-se da prima Titas com aquele vestido no casamento do...? Era linda!". "A minha madrinha? Foi a mulher mais bonita que eu conheci!".

Não sei, não... o caraças!
É uma merda ter-se nascido bonita!

É uma merda ser-se bonito(a). Interessante, sei lá.
Vejam-me (imaginem-me) lindo como eu sou. Tanto mais agora com o novo penteado.
É, de facto, lixado, ser possuidor de qq tipo de beleza. Ai se é...

o invólucro é tão efémero quanto o tempo que leva a ser desembrulhado, amarrotado e deitado no saco do lixo.

O poder publicitário da caixa não é o único factor que me fascina, mas quando a abrem fico extasiado com a beleza do seu interior. É pena que cada vez mais escondemo-nos no supérfluo ofuscante do nosso embrulho, com medo de partilhar o que de melhor temos.

Ser bonita é mesmo -odido. Olham, remiram e passeiam o embrulho e esquecem-se do seu conteúdo.
Mas que ajuda, ajuda!
Só que passa tão depressa e não consolida nada...
Com carinho e amizade te deixo um bjinho grande e uma flor, Mulher Linda.

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