31 março 2007 

Salazar - O grande português?
























Baratas.
Este é um país de baratas!
Um país de gente inculta
Um país de ideias curtas
Um país minúsculo
Um país sem músculos
Um país sem espinha dorsal.
Um país que do passado não tem memória
Um país que não conhece a história
Ou que da história não conhece,
Ou só reconhece!
Os nomes, não os feitos,
As figuras, não os factos,
As caras, não os actos.
Um país que esqueceu quem lutou pela liberdade,
É um país?
Um país que não respeita os que morreram pela liberdade,
É um país?
Um país que se admira e se revê na figura de um ditador,
É um país?
É!
É um país de baratas!
Um país que merece que lhe ponham em cima a pata.
Pois que da história admiram,
Não quem lutou pela liberdade!
Não quem se distinguiu pela verticalidade!
Não quem morreu pela igualdade!
Mas um reles ditador!
Salazar, o grande português?
Só pode ser anedota!
Ou então...
O país enlouqueceu de vez!

encandescente

29 março 2007 

Alto!
Não faças movimentos bruscos.
Isto é um assalto!!!

























Mãos ao alto!!!

Passa para cá o teu mau humor,
as tuas tristezas, as tuas preocupações.
Não adianta reagir...
Agora que me entregaste tudo
Segue em frente
Não olhes para trás.
E se eu te pegar de novo
Com essas "quebradas" e com
os bolsos cheios de coisas
chatas e ruins, tem a certeza
que te assaltarei novamente...

22 março 2007 

Porque o dia da poesia é todos dias

Não chore não, é só poesia.























Tatiano Maviton

14 março 2007 

Aviso para mulheres que costumam almoçar sozinhas

Amigas,

Sabem que sou contra aquelas correntes de avisos alarmantes, contudo, dado ter eu própria passado por uma situação muito incómoda numa esplanada da Expo onde costumo ir almoçar, achei por bem alertar-vos, pois pode acontecer o mesmo convosco...
Estava sentada, a almoçar, numa mesa do restaurante que sempre frequento e dois homens vieram sentar-se na minha mesa. Não pediram autorização e, para além disso, havia bastantes mesas vazias. Lancei-lhes um olhar gélido, mas eles simplesmente ficaram ali, impávidos a olhar. É evidente que, de tão enervada, não consegui continuar o meu almoço. Lembrei-me então de virar o meu anel e pus a mão sobre a mesa, para "verem" que sou casada, e reforçar assim a minha falta de interesse por qualquer um deles. Por sorte, eles perceberam a dica e saíram, mas eu consegui tirar-lhes uma fotografia com o telemóvel. Aqui vai a fotografia, como aviso, para o caso de eles também tentarem abusivamente aproximar-se de vocês.














09 março 2007 

Vezes a fio passava por Zaragoza. Ela lá, eu na autoestrada. "É em Zaragoza que está a Virgem Negra del Pilar" e engolia-se quilómetros, pois a meta estava bem definida: local X, hora Y, média quilométrica Z. É sina nossa, a das mulheres que viajam com um homem ao volante...

Mais uma outra vez, o mesmo comentário "é aqui em Zaragoza que está a"... "e se tu metesses a Virgem no cu?" Travagem relinchante, guinada à direita, eis-me em plena Basílica. Bonita, enorme, um verdadeiro Santuário. Não me detive na paisagem e arquitectura. Eu queria mesmo era a Virgem! Duas voltas à Basílica. Era Domingo. Havia casamentos, baptizados, turistas em barda. Três voltas à Basílica. "Mas onde está a Virgem?" "Não sei, já não me lembro". Engoli a resposta, estava numa Basílica, bolas, e mesmo que graças a Deus seja ateia, o respeitinho é bonito e fica bem.

Eureka! Uma porta assinalava: Museo de la Virgen Negra del Pilar. Um guarda à porta travou-me com um imperativo " cerra'o para almuerzo". Pois é, o cabrão do Museu abria "a las cinco en punto de la tarde". Eram duas e meia. Gesticulei o mais que pude: "adonde esta la 'Virgrren Negra?" É dos livros: "non entiendo". Redobrei meu gesticular: "mira, aqui... Basilica de la 'Virgrren' Negra del Pilar, 'berdá'?

"Per supuesto!" "Entonces, coño, la 'Virgrren' Negra ... adonde está?" "Ah, Virgrren Negra...Cataluña, Badcelona".

Uma voz, ao meu lado, suspirava gemidos "Tenho fome, vamos almoçar". Pois, só que a titas maria, quando quer, tem! Desatei a escutar conversas, encontrei um casal de indígenas. Azar, andavam há mais de meia hora à procura da Virgem. Desesperada, olhei para os confessionários,mas todos os padres tinham clientes. Uma voz, já impaciente, quase ordenou: "vamos embora!"; "Vai tu! Eu daqui não saio sem ver a p... da Virgem". A minha blasfémia levou a três Pais Nossos e a repetidos "perdoai-lhe Senhor, que não sabe o que diz" e 20 euros (arrancados da minha mochila) foram depositados na caixa das esmolas.

Radiante, aproximou-se o par de indígenas. Tinham descoberto a Virgem Negra!

Uma enorme meia lua de flores e velas circundava uma espécie de cone de cetim vermelho bordado a ouro, coroado por um radiante sol, em cujo núcleo se esboçava uma pequenina mancha negra. 'Óquei', vejo mal ao longe, mas nada que uma ida a uma loja de "recuerdos" não resolvesse. Compraria uma réplica da imagem, uma brochura que me contasse a história desta pequenina Virgem Negra que um Santuário merecera. Tudo fechado. Tudo abriria "a las cinco en punto de la tarde".

Duvidando embora que alguém me tenha lido até ao fim, deixo o apelo: se souberem a história da Virgem Negra del Pilar, por favor, contem-ma.

'Agardecida'

08 março 2007 

Para ti, Mulher




07 março 2007 

Piccolli Appuntamenti di Viaggio

Assisi











Tenho um fraquinho por Giovanni De Bernardone, a quem mais tarde seu pai chamou Francesco, no retorno de uma viagem de negócios da França, para recordar a terra que lhe deu riqueza.

Tal como o outro meu ídolo, Che Guevara, também Francesco tudo abandonou por um ideal. Junto à sua tumba, uma simples pedra encastrada numa rocha, acendi uma vela.


Gubbio












Sempre o fraquinho por S.Francisco de Assis... (o inventor do presépio que hoje conhecemos). Como não visitar esta antiga cidade etrusca, hoje de traça romana, tal como Assisi, onde São Francisco falou com o lobo?

Era dia de festa. 15 de Maio. O festival dos "Ceri", que remonta aos antiquíssimos ritos de Umbria, em honra de Ceres. Um misto de uma nossa romaria com uma largada de touros. Toda a gente se veste de forma semelhante. Cores garridas, lenço ao pescoço. Uma multidão percorre as estreitas ruas de janelas engalanadas. Correm desalmadamente. Só que, em vez dos touros, duas dezenas de jovens correm com um enorme andor às costas, onde assentam três pirâmides de madeira ("ceri"). Não podem desequilibrar-se ou cair. Isso representaria um ano de desgraças para a cidade. O esforço é enorme, até porque a corrida termina na alta colina (onde é feita a maior árvore de Natal do mundo) e onde se ergue a Basílica de Santo Ubaldo, a quem a cerimónia é dedicada.
Depois de tamanho esforço, a tarde é feita de "panini" de leitão e vinho, muito vinho. Bem comida e bem bebida, procurei um dos 4 táxis existentes. Os condutores estavam ainda muito mais bêbados do que eu. Fiz 3 quilómetros e meio a pé, mas certamente pisei o chão onde ocorreu o diálogo entre Francesco e o lobo!