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09 abril 2006 
























Meu querido A.,

Volta e meia dou-me ao luxo de desaparecer, passando algum tempo a lamber as minhas feridas.
É evidente que uma delas tem o teu nome.

Fui despertada por uma meia dúzia de palavras que a R. me enviou:

"E tu!? Que se passa? Foi a saúde, os filhotes... que se passa? Por vezes acho que detestas voltar... Tens mesmo é vontade de ficar longe... vejo-te regressar sempre triste... !"

Eu? Que se passa comigo?
A saúde?
A minha saúde?
A minha saúde é uma merda, amigo!

Poderá até parecer uma blasfémia dizer isto. E logo a ti! Pois se é verdade que a morte é a única certeza que a vida nos dá, e não obstante a sua imprevisibilidade, a lógica dir-nos-á que, perante a tua e a minha doença, a morte, no meu caso, seria, ainda que uma consequência, um acto perfeitamente voluntário. Porque a depressão é uma doença filha da puta. Porque para além do sofrimento e da incapacidade que provoca, é uma doença incompreendida; é uma doença que não gera compreensão ou solidariedade reais. É uma doença que não é tida como doença, mas antes um "tens que reagir", "tens que ter força de vontade", "como te deixaste chegar a este ponto, logo tu?", "afinal que te falta, que mais queres?", "tens que sair dessa", "tens que...." "tens que..." TENS QUE .... a puta que os pariu! Porque se eu tivesse com que, ou como, não estaria doente, porra!

Tu desculpa este desabafo, meu querido A., (a culpa é toda da R.) e eu não estou aqui para me alongar sobre o estado da minha saúde, portanto prossigamos....

Os filhotes, perguntava a R.: os filhotes são uma preocupação constante para qualquer mãe em geral. Imagina para mim, uma mãe ultra-galinha do caraças!

"Tens mesmo é vontade de ficar longe... vejo-te regressar sempre triste..." termina a R.

Ora aqui está uma frase fodida; uma frase que não dá para enfiar no saco do que é despiciendo. Quanto ao "vejo-te regressar sempre triste", a coisa não dá para uma discussão por aí além, pois a R. não me vê quando parto. Aliás, a R., como qualquer outra pessoa, só pode ver o aspecto da bipolaridade que pretendo mostrar ou a que não consigo esconder.

Mas 'outro galo canta' quanto ao "Tens mesmo é vontade de ficar longe". Mas falar deste tema na primeira pessoa não me apetece. Ponto e basta, e agora vamos ao que realmente é importante e me levou a escrever-te: a tua saúde.

Eu sou capaz de entender a tua decisão: reflectir, metabolizar. E até a aceitaria como natural, não me apercebera eu que lançaste à mesa dados viciados. Porque me parece que a decisão está tomada: tu recusas liminarmente a cirurgia. Preocupas-te com o tratar-se de uma operação complicada, argumentas com os factores preditivos de recidiva, ocupas-te com o tratamento dos sintomas. Mas a realidade é que o que tu sentes, A., e muito forte, é MEDO.

Mas medo de quê, meu querido amigo?
Será que tens consciência de que te estás a deixar morrer?
Tens esse direito, poder-me-ás dizer. Mas, então, por que tanto medo em ser operado? Para mim, não faz sentido.

Infelizmente, disseste-me, não há possibilidade de tirar toda a massa tumoral (uma parte dela apanha o veio que separa as duas metades do cérebro). Mas sempre seria diferente ter uma coisa pequenina a outra enorme que se desenvolve todos os dias e cujas consequências são as que sabemos: ataques epiléticos, perda de visão, ouvido, coordenação motora.
Não me conformo!

Até este momento, só me tens falado de paliativos. Meu querido A., os cuidados paliativos, entendo-os como um meio para uma finitude digna, sem dor ou sofrimento. Por favor, não me fales em homeopatias num caso como o teu. "O meningioma é um tumor que surge nos vasos sanguíneos da meninge (membrana protetora do cérebro). Na maior parte dos casos, é benigno, mas quando cresce muito pode comprometer alguma área cerebral. O tratamento recomendado é a cirurgia. O uso da homeopatia não fará desaparecer o tumor. O tratamento só ajudará na melhora do bem-estar do paciente, ajudando-o a amenizar o stress" Flávio Dantas, clínico-geral e homeopata, professor da Universidade Federal de São Paulo.


Assim, meu querido A., desta vez, pronuncio, clamo, repito a expressão maldita: tens que, tens que catarsizar teu medo!
E não te podes dar ao luxo do usufruto do tempo. O tempo não corre a teu favor. Por isso pensa, reflecte, fala com quem tiveres de falar e decide. Eu estou aqui e estou à espera. Mas, por favor, não te deixes que a depressão te invada, e luta!

Um beijo
Titas

Querido A. conheço os medos do mundo de "a" a "z"... o quanto fugimos e eles nos batem à porta, encontrando-nos sempre na nossa nova morada... sim, mudamos tantas vezes... sempre imaginando q um dia deixamos de estar na mira do que nos persegue...
Conheço o terror que nos pára e deixa tolhidos à espera de uma solução.

Recordo-ne de um dia de me ter esquecido da chave de casa, e ninguém atendia e era impossível... entrei em pânico, precisava de entrar e entender pq é que ninguém atendia.
Tenho tanto medo das alturas, tanto que nem imaginas... e tinha q passar de uma varanda para a outra. Quando aterrei na minha varanda, tremia por todos os lados.
Não, não superei o medo, o medo existirá sempre, e não me aproximo muito do limite das varandas.
O instinto de sobrevivência (neste caso de alguém que poderia n estar em condições em minha casa) gritou mais alto. Tomou conta de mim.
Acorda o teu! acorda-o!

Sei que me vais dizer que foi só passar de uma varanda para a outra, mas posso confidenciar-te que já olhei para alguém que me disse: "está fora de perigo de vida". O olhar era tão meigo que nc o esquecerei. A recuperação foi alucinante (até pq se comia mm muito mal no hospital, garanto-te que as coisas melhoraram!) mas eu estou hoje aqui para contar a história. Estive lá para receber alguns sorrisos e espalhar outros tantos.

Conhecia alguém que não tinha medo, nunca tinha medo, mas deixava andar... parte de mim nc esquecerá que se ele tivesse mais medo, hoje estaria aqui a meu lado para me dar a mão.
Sim, pq não julgues q não sou interesseira, quero-te bem, para te pedir uma mão amiga, para destribuires o meu CV...

Sonha, sonha em voz alta, tu que tens uma bela voz... sonha! E age!

Caríssimo Reporter,
pena não conheceres o gajo, pois seria bom que ele te ouvisse: "um bloco operatório pode até ser a coisa mais simpática do mundo"; pois, de facto, para o gajo, o bloco operatório é a única via para que ele continue a acordar de manhã, porque gosta de viver, ver o sol, a chuva, os amigos, os seus.
Porque é bom acordar de manhã sentir va vida, ver o sol, a chuva, os amigos, os seus.


Qualquer um pode adormecer na sua caminha, na boa, e acordar morto; aliás, é esta a "digna finitude" que me desejo. Porque há coisas que não podemos controlar, mas algumas podemos!

Não penses que não entendo o medo do nosso A. Qualquer um a entende e bem. Só não aceito que o medo lhe tolha a razão. Por isso, lhe digo:

Caro A., tb eu gostaria de te dizer para não teres medo. Mas não sou capaz. Assim, pega no teu medo, embala-o junto ao pijama e parte para a operação o quanto antes!

Acompanhei de perto 2 casos parecidos com o do teu amigo. Digo parecidos pela descrição que fazes, mas admito, até porque não sou médico, que sejam casos completamente diferentes.
Ambos os casos se passaram há cerca de 10 anos.
O primeiro aconteceu a uma rapariga (na altura com cerca de 20 anos), cujos pais a encontraram inanimada (julgo que em coma) na casa de banho. Foi levada para o Hospital de Santo António, no Porto, onde foi operada a um tumor cerebral. Só nessa altura é que descobriram que a epilepsia que ela já sofria era causada pelo tumor. Ficou tão mal em termos de movimentos que nem se segurava de pé. Teve que reaprender a fazer tudo. Hoje, passados 10 anos, parece-me uma pessoa normalíssima.
O segundo aconteceu a uma senhora que mora em Lisboa. O tumor que lhe encontraram também era muito melindroso, porque envolvia diversas "ligações", nomeadamente a da visão. O caso dela era terrivelmente complicado e correu vários médicos em Lisboa. A não possibilidade de limpar todo o tumor, aparentemente, era idêntica à do teu amigo. Por conselho do seu médico de Lisboa foi operada nos Estados Unidos. Não faço ideia qual foi a tecnologia utilizada. Sei apenas que não existia ainda em Portugal. Passados 10 anos, a senhora, apesar de ter passado uns 2 anos de difícil recuperação (pós operatório), encontra-se praticamente sem vestígios incapacitantes, pois faz uma vida completamente normal.

Penso, de qualquer modo, que o teu amigo deve ter em conta o que dizes nesta carta e ouvir mais opiniões, incluindo o melhor local para ser operado.
O dinheiro é uma coisa que se resolve. Ele aparece, tenho a certeza. Se não for de outra maneira, abres uma conta só para apoio ao teu amigo. Não irão faltar apoios.

Beijinhos

entendo o medo, mas estou com tu dizes, qual a razão para esse medo se a própria doença , neste caso especifico, o deixará cada vez pior... ponho a hipotese de um apoio psicologia antes da operação, ele que não a ponha de parte, diz-lhe que é muito teimoso, simplesmente...e que o medo em casos destes não são para aqui chamados, estamos perante uma melhor qualidade de vida ...eu falei-lhe (penso falarmos do mm A) noutras consultas com os melhores, dei-lhe nomes, claro q há custos, mas se isso for a causa, isso tb se resolve.....afinal passamos a vida a comprar livrinhos uns dos outros a 10, 15, 20 euros...entendes..jocas para ti que és um grande pessoa

qto a ti entendo.te demais..mto bem mesmo....

jocas maradas de marar

Esqueço os medos por momentos quando te encontro e me fazes sorrir e t vejo sorrir.... a filha bastarda à casa retorna.

mil kisses

(p.s. n percebi s é este ou à outro novo blog)

Porque o tempo nunca está do nosso lado...
E porque só nós podemos ultrapassar os nossos medos e, se quisermos, somos capazes!!

:)

Olá, Titas Mai Nitas, olá a todos.
Tenho estado a acompanhar os posts, tenho-os lido.
Vou falar directamente para ti, A.
Perdoa que nem te conheço, mas sinto que te devo dizer que ouças cada um dos que estão a acompanhar-te
Por experiencias vividas, por uma que infelizmente está agora a ser vivida por nós, o medo é algo mais do que natural, quando nos deparamos face a uma situação completamente desconhecida, que engloba risco.
Vou ser muito directa, muito clara, e, se quiseres, ponho-te em contacto directo com a pessoa a que me refiro.
A Titas já falou nela aqui, num post anterior. Trata-se da minha sobrinha Susana, a Tai.
Foi-lhe diagnosticado no final de 2004 um cancro linfático.
Não vou falar no que sentimos, apenas te vou falar dela, numa menina de 23 anos.
O 2005 foi terrível, com quimios atrás de quimios e tudo o que dalí advém.
Cada um por que ela passava punha-a cada vez mais para baixo, mas, ela aguentou, sempre com a viva esperança de que iria superar, iria vencer.
No final do ano de 2005,(Dezembro) após um exame feito no IPO - pet - os médicos declararam o cancro debelado e, como podes imaginar, festejámos tanto, mas tanto!
A Susana então, não cabia em si de contente!

Mas há coisas que não se adivinham, e, aquela malvada dor que ela inicialmente sentia voltou.
Correu-se imediatamente para o IPO, certos de que não seria nada demais, já que toda a equipa que a está a seguir havia dito que ela só precisaria lá voltar em Fevereiro, para controle.
Quando em Janeiro se soube o resultado, A., desabou tudo.
O cancro desenvolveu-se a uma velocidade inexplicável.
Falo-te disto, porque pelo que percebi, é o medo que está por trás de uma decisão.
Os médicos foram claros, a Susana, mais do que qualquer um de nós, claro, ficou sem voz, entrou em pânico.
Conversou-se muito com a equipa, falou-se com psicólogos, com psiquiatras.

Tem pela frente um transplante da medula óssea que ainda não sabe quando poderá ser feito, dado que, para isso, tem que passar por um tratamento de quimio.
É melindroso, muito, mas a Susana VAI submeter-se a ele!
Foi dito pela equipa que ela terá que fazer pelo menos uns seis a sete tratamentos de 6 a 7 dias cada ou mais (a ficar internada lá, a receber quimio, a ser-lhe induzida uma menopausa forçada que a impedirá, muito provavelmente de poder ser mãe algum dia)
Se lhe perguntares, A., e perdoa mais uma vez a dureza com que te descrevi o que ela tem passado,(e acredita que fui branda, porque só quem está no IPO é que poderá dizer o que lhe vai lá dentro) vais ter a melhor e a mais verdadeira das respostas, porque ela está DENTRO da situação, está VIVÊ-LA!
Ela está TRANSIDA DE MEDO!
Mas,A., também vais ouvi-la dizer-te que não desiste!
Se é essa a hipótese que tem, VAI AVANÇAR. E VAI, A!

Ontem, foi a confusão total porque se magoou no canto da boca, a comer, e, como as plaquetas estão mto baixas, telefonou-se imediatamente para o IPO porque qualquer hemorragia é um susto.
Foi para lá, fez transfusão através dum catéter (que há dois anos já faz parte dela), chorou, riu, mas fez a transfusão.
Voltará lá depois de amanhã, para ver se o nível de plaquetas subiu.

Volto a dizer-te, se lhe perguntares, ela vai dizer-te que fica completamente apavorada, mas, a vontade de vencer é muito mais forte!

Já me alonguei, Amigo, e peço-te desculpa por ter sido muito directa, eu, que sou extremamente emotiva, peço desculpa a todos, mas, o mais importante, é quereres!
Está, antes de tudo o mais na tua vontade, meu Amigo e, pelo que li e vi, tu queres, que se sente que sim!

Peço-te por tudo, por todas as Susanas, por ti,ainda que com muito medo, muito pânico, com muito de tudo que só quem está nelas é que pode saber, porque por mais que te possam dizer seja o que for, só quem está a viver algo assim é que sabe, que não baixes os braços.

Hoje não, porque a Susana já está em casa, a dormir para recuperar(deram-lhe um indutor de sono para poder relaxar) mas, amanhã, fala com ela para a ouvires.
O resto, eu já falei com a Titas, e, ela te dirá o que posso fazer para que sintas menos medo, Amigo!

Um beijo do teu tamanho!
Por tudo te peço, não desistas, an?
Vais ver que tal como a Susana, a nossa Tai, daqui a uns tempos, vamos estar a conversar e isto o resto...será passado.

Titas, desculpa o espaço que te roubei mas gosto demais de ti, Amo a Susana e estou mais do que certa que ao A. vai fazer-lhe tão bem falar com a nossa Tai!

Querida Titas, tenho uma opiniao muito pessoal sobre estas coisas. Nao sou ninguem para julgar os medos e escolhas de cada um. Nao vou intervir de forma alguma nesta situacao, por respeitar profundamente as opcoes do A. Acompanho-o ha muito e sei que esta fase é dificil, mas a escolha é dele. Eu já lhe disse que penso que a licao do seu problema é mesmo essa: ele escolher por ele mesmo. Deixar de colocar no exterior a responsabilidade da sua vida. Um beijinho grande

Ao meu Amigo incógnito, amigo com A maiúsculo, pois alguém capaz de fazer a Titas emocionar-se tanto a ponto de querer partilhar com todos nós o infortúnio dele, ao invés das palavras doces e brincalhonas às quais nos habituou, merece decerto que assim o considere, pois será alguém bem especial...

Amigo, a vida é algo de belo e maravilhoso apesar dos seus meandros confusos, das surpresas inóspitas, das dúvidas que por vezes nos assaltam e nos fazem questionar tudo... por isso luta por ela, impõe-te, insurge-te, revolta-te e grita.... mas sobretudo... luta! Luta para conquistares mais um dia, e a seguir outro e mais outro... luta para continuares a campanhar os que amas e permitires que eles te acompanhem também...

O medo é grande e eu compreendo-te... Até porque tenho imenso medo de ir ao médico e à medida que a minha vez se aproxima - qdo estou na sala de espera - a minha ansiedade aumenta, de modo que quando entro já estou a tremer... Seja no dentista, dermatologista, etc... Assim, compreendo perfeitamente que o teu medo seja maior, mas pensa que o que temes vem de qq forma ao teu encontro se baixares os braços, por isso... tenta Vencer!!!

Uma nuvem envolvente de beijinhos! elis :)

É-me de todo impossível ler o que vocês aqui deixam escrito e ficar, impávido e sereno.
Cada um de vós, à sua maneira, está a aconchegar a minha alma. Está a querer dar-me força. Está a tentar demonstrar que o medo ou a falta dele está em nós próprios. E se calhar têm razão.
Mas assumo a cobardia. É assim que isto se chama. Serei incapaz de enfrentar a lógica. Admito e aceito tudo o que dizem. Com exemplos que me chocam, como é o caso da Tai. Como eu elogio a coragem dessa "garota"!
Sei que a vossa intenção só pode ser, e é, muito boa.
Interiorizo o medo,reconheço. Demasiadamente. Mas...
Abraço-vos com amizade. Agradeço-vos do coração.
Há-de chegar um tempo de decisão. Por isto ou por aquilo.
Mas não me "batam" mais. Prometo portar-me bem e comer a sopinha toda.
É bom saber que estão aí desse lado.
Obrigado.
Afinal, ainda há gente muito bonita.

Caro A.
Não te conheço, mas está na hora de ouvir o que os teus amigos dizem.
Vais ter uma legião de amigos conhecidos e desconhecidos a apoiar-te. Não serás o primeiro nem o último a ter medo, pois só quem passa por elas é que realmente sente o pânico de uma coisa dessas. Mas ultrapassa isso. Vá lá...
Um abraço.

Amigo, a vida é algo injusta e bela... Escolhe o que prevalecer...

Um oceano de beijinhos, elis :)

Olá A eu ainda não tinha cá vindo, sei que precisavas do meu miminho, pronto eu tou aqui, sabes que quando baixares ao hospital vais ser supermimado, vais ter a atençaó de toda a gente, vais ver que até vais ter pena de vir embora, eles vão te mimar ao máximo. Vá lá não sejas medricas, vai lá tirar essa merda daí...é um corpo estranho tem de sair. E agora toma lá muitas beijokas, mais só depois de seres operado. Ah esquecia dá um abraço na nossa maravilhosa Titas que é uma mulher maravilhosa, e despacha-te a tratar de ti anda lá...não vale ser medricas

A.

Lidar com problemas destes não é tarefa simples, todos o sabemos, mas a verdade é que só quem passa por elas pode perceber a complexidade de pensamentos, ideias, desânimos e ilusões que se entrelaçam sob um enorme stress e ansiedade.

O medo? É normal aparecer, porque falamos não só de métodos e tempos de cura, mas também de taxas e probablidades de êxito. É impossível não ter medo, é impossível não estremecer, é impossível não pensar o pior. E quase todos nós crescemos num tempo em que este tipo de doença era considerada praticamente uma sentença de morte. Hoje não é assim, as esperanças são muito maiores, mas a emoção sempre supera a razão.

No entanto, só existe um caminho, seguir em frente e ir à luta. O apoio e o incentivo de quem está por perto é fundamental para que quem realmente sofre não deixe de acreditar e possa reagir e ir em busca da vitória numa guerra que se sabe complicada. Talvez esta seja a luta mais injusta pela qual se pode passar na vida, mas isso não pode significar resignação.

Há que conseguir transformar esse medo natural numa força interna para combater a doença.

Força,
Nelson

voltei para lembrar ao A que o medo tem força e raízes, mas que nós podemos ter muito mais força, basta querermos muito
eu estou deste lado torcendo para esse medo sair e optares pela operação... o medo irá acompanhar-te sempre, mas será menor, acredita

jocas maradas para o A teimoso

jocas maradas para ti titas

e como estamos na páscoa, imaginem são jocas de chocolate:))))))

Continuo a acompanhar, com um brilhozinho nos olhos, todas as intervenções.
Por "culpa" da nossa Titas (permitam que a trate assim) que se lembrou de colocar um texto a falar do meu problema, mas muito, também, por "culpa" de gente maravilhosa que me apetece abraçar e a quem desde já agradeço a força transmitida.
Não prometo que o bloco operatório fique mais perto. Assumo a coberdia. Mas que "estou mais forte", começa a ser notório.
Por vossa causa.
A todos abraço com um muito obrigado.
Tenham uma boa Páscoa.

Uma boa Páscoa para ti e para todos!

um oceano de beijinhos! elis :)

Caro A.:
Gostei que tivesses dito que estavas mais forte.
A cobardia que sentes é normal. Perante riscos como o teu só os tolos é que não têm medo e alguma cobardia.
Continua a ficar mais forte. Força.
Uma boa Páscoa para ti, dentro do possível.
Abraço.

Titas, teu amigo é meu também; a operação, o sofrer. o medo de morrer. Nós nunca poderemos de nos retrair, é perder tempo, o tempo é oiro. Já tenho dado este exemplo (claro que cada caso é um caso) em fins de 2000 fui operado ao coração, muito dificil, nunca tive medo (sempre pensei que ou se vive em melhores condições, ou então para quê sofrer em cada novo dia esperando algo que nos tire para o outro lado da vida?).
Repito, cada caso é um caso, fui operado e estou curado.
Devemos enfrentar a vida como os forcados que enfrentam o touro pelos "cornos".
Que este amigo (que não sei quem é)enfrente a vida como ela é e quer seja para viver ou morrer a enfrente de peito aberto e diaga à vida que não tem medo dela, vai vencer, tenho a certeza.
Fiquem bem.
Titas sê feliz onde quer que estejas, fazes-me muita falta, mas a tua felicidade está e estará acima de todas as coisas.
bJNHS
zEZINHOmOTA

Trago tudo o que foi solicitado, mas, ou fui o primeiro a chegar, ou então já beberam todo o champanhe e perderam o norte... Titas nem vê-las, nem velas ... Mas não vais ser por isso, que não vou deixar aqui um ramo com uma dúzia de rosas vermelhas, uma para cada mes do ano... Cada pétala da rosa leva uma letra, juntas dirão: " mui's Parabéns"

Beijos

àh é verdade Titas, só uma pequena rectificação: "Ninguém acorda morto" - Não acorda simplesmente...

Beijos

A Titas faz anos, hoje, dia 19?...
Eu também, mas não neste mês lindo de Abril, como tu!...
Por ser especial, por ser o "teu" dia, ele vai ser comemorado, com doces, com prendas e alegrias...
Por isso, neste 19 de Abril, eu, que aqui vim porque fui avisado, deixo um beijo de PARABENS, com o desejo de que seja não mais um dia , mas um dia cheio de alegria, de bem-estar e de muitos presentinhos dirigidos ao coração...

Ora, mas eu avisei que os bolo está no http://memoriademulher.blogspot.com
Vão lá que tem lá tudo.
Beijos para todos

parabéns, parabéns!!

:D

Parabéns, miúda!
Faz mais.
Bjs

Parabéns querida Mana! Espreita o gmail e as mensagens do telemovel, tens lá um monte de coisas que te mandei de prenda :) Tenho muitas saudades tuas!
Logo ao jantar brindaremos todos "à tua!" :)

Parabéns!
Parabéns a TI que não desarmas, que não deixas de sorrir, que LUTAS pelos amigos!



Sabes mom... eu estou por aqui...

Eu também estou :)
E digo como a Fata: vai ver os mails!!

Chuuaaaaaccc repenicado, querida mana, e bom jantar de aniversário!

Venho deixar-te um grande beijo de parabéns!! Feliz Aniversário!

Grande ABRAÇO ;)

Porque alguém que gosta muito de ti me soprou que hoje fazias anos;
Porque vim "cuscar" e me deparei com um post escrito de alma e coração;
Porque é tão bom ver que o mundo ainda tem pessoas como tu;
Mesmo sem te conhecer,quero deixar um grande beijinho de Parabéns e felicitar-te também pela pessoa que és!
Bjokas ":o)

Tens lá no "sitio" uma festa para ti... espero que seja do teu agrado!!
Beijinhos!!

Muitos Parabéns!
Eu já fiz ontem, hihi... mas tinha que cá vir deixar um beijinho muito grande.

Minha querida, estou mesmo em cima da hora... mas quero deixar aqui o meu testemunho de amor por ti!
Um xi-coração do meu tamanho !

Parabéns atrasdados:) felicidades e beijos*

Sabes' chorei, agora....e eu não queria....
Venho dar-te os parabéns, minha querida,
E Beijos muitos, cheos de carinho sólido e forte
BShell

Os meus parabéns também chegam atrasados, mas não soube antes.
Muitos parabéns e um beijinho.

Olá, Titas. Beijos e abraços e as prendas que algum dia te darei... Entretanto, vamos estando por aqui, cheios de vontade de viver.

Mas vim cá falar do A. e com ele, também. Não sou nada nem ninguém para julgar atitudes, ainda para mais publicamente. Ainda para mais sobre matéria tão melindrosa.

Não sou, também, técnico de saúde mas, por força de circunstâncias várias, "dou-me muito com eles".

O que quero partilhar, apenas, é o seguinte: - Uma grande amiga minha, senhora de uma vida activa que dá para dez comuns seres viventes soube, há cerca de ano e meio, que enfermava da mesma doença que a ti te aflige. A massa tumoral atingia tal dimensão que implicava intervenção urgente, sob pena de danos irreversíveis e progressivos.

Chegou a estar "desenganada", após deslocações várias junto de grandes especialistas, nos Estados Unidos... (Sei razoavelmente do que falo, pois assisti ao profundo estremecimento que tudo isso lhe causou na sua aparentemente inesgotável fonte de vitalidade.).

Um dia, descobriu que, em Portugal, nem tudo está perdido. Não vou entrar em pormenores, até por razões deontológicas que devo preservar. Dir-te-ei, apenas, que se submeteu a uma intervenção, cá por terras lusitanas. Intervenção muito menos invasiva do que aquela que estava anunciada, à qual se seguiu tratamento em Espanha (Barcelona, salvo erro...).

Houve sequelas da intervenção, claro. Mas sequelas das quais tem vindo a recuperar, se quiseres "milagrosamente" depressa, sendo que alguns santos desse milagre chamam-se amigos e familiares. E porque o nosso corpo tem capacidades notáveis de regeneração, ainda mal compreendidas.

Hoje - e apenas passou um escasso ano - ninguém adivinhará (física ou intelectualmente) o que lhe aconteceu. E está aí, para lavar e durar e encher a vida dela e de quem lhe está próximo de projectos e "agitações" diversas.

Claro que cada caso é um caso. E não quero, nem de perto nem de longe, extrapolar para o teu caso, pois seria estultícia minha e abuso de ignorante. Este é apenas um caso exemplar. Um bom caso!

Dir-te-ei apenas - por inteiramente merecido - o nome do responsável pela equipa cirúrgica que operou tal "milagre": Pratas Vital, este sim, um a quem não me custa acrescentar Doutor.

Da boca dele ouvi, com toda a modéstia que um vaidoso não entende, que o "milagre" era a doente que o estava a alimentar, com a sua atitude positiva perante o mal que a afligia.

Na verdade - e como elemento de ponderação do qual, aqui sim, eu posso assegurar que tenho assistido a vários... - é determinante, numa situação de doença, a atitude do doente perante o infortúnio, ou o azar, ou a injustiça, ou o que se lhe queira chamar... O problema está ali, não dá para o evitar. Agora, há que tratar dele, também com a nossa capacidade de sonhar (de preferência com os olhos abertos), que "o mundo pula e avança / como bola colorida / entre as mãos de uma criança".

Desejo-te o melhor que a vida tenha para te dar.

passei por aqui, de fugida .......
de fugida me passaram pelos olhos palavras doces e generosas ......
Voltqrei..... hoje, nao posso chorar

Um beijo meio triste, meio feliz .... nao..... muito, muito feliz, nao por estqr em Nice, mas por ter tao bons e queridos amigos:::

Apesar de atrasado, deixo-te um grande beijo de parabéns. De nós dois.

opss consegui chegar, mas sabes eu vim a nado..sim..para desejar.te tudo de bom, sempre o melhor para ti, pq na realidade és uma pessoa com coração quente em todos os sentidos
jocas maradas de bons tempos

Chegar tarde…

Vim comer teu bolo sem muito doce
Mas, quando penso neste dia
Tento entrar de mansinho, sem bater.
Apenas vi o teu amor encantador
Através da Windows deste computador

Transladam-se Interrogações de Tanto Amor elas São

http://www.jacquielawson.com/viewcard.asp?cont=1&hdr=0&pv=FL04EN

OrCa, ou Jorge Castro (que já não se me dá de reticências nestas paragens) é bicho encontradiço pelo http://sete-mares.blogspot.com

Não sei o que se passa por aqui, mas deixei a identificação e localização no anterior comentário... Enfim, serão meandros mais obscuros das informáticas.

"Aparece" por lá quando muito bem te aprouver e... espero que te agrade o passeio.

(Desculpa lá, Titas, estas canibalizações, mas há-de ser tudo por uma boa causa! :-) )

O meu telemovel, por acaso, nao foi comprado na feira da ladra....simplesmente ficou sem "aereos" e eu nao dei conta ...... o que eu chorei por nao receber uma mensagenzita sequer dos meus amigos.... (os filhos tinham o numero do alternativo)....

De Roma, daqui a alguns dias, escrever-vos-ei ... a todos! Até la, un grand bisou et ... je vous aime!

António,

Não sei quem és nem o que representas para os teus amigos ou para quem gosta de ti da forma que já aqui se leu. Não me importa mesmo.
Por outro lado, já me interessas como ser humano porque já vi na nossa espécie do melhor e do pior e, neste último aspecto, nada há de pior que um desistente.
A vida tocada pela desgraça ou pela proximidade da morte, quer seja por acidente, guerra, catástrofe ou doença, assume uma dimensão diferente.
Deixo-te aqui alguns pensamentos que me afloraram durante a guerra na Bósnia e quando, por via da missão que desempenhava, estive algumas vezes perto de conhecer a Dama de Negro. Também a mim por vezes me apeteceu desistir, atirar-me para o meio daquela merda toda e ficar lá. Depois de o pior passar agradecia a mim mesmo, a Deus, ao facto de não me ter abrigado onde os que “se foram” se abrigaram e à falta de pontaria dos Filhos da p…. Do outro lado.
Quem já viu um moribundo agarrar-se à vida e recebeu dele o último olhar de desespero, oferecendo-lhe o último calor humano num apertar de mão, jamais esquecerá que apesar de inevitável, a morte só é o fim porque não lhe podemos fugir.
O que te atinge fisicamente neste momento não sei definir, nunca por lá passei e ainda bem, mas também já tive uma perspectiva diferente do mesmo fim e resisti à vontade de desistir. Uma noite, após a morte, mesmo ao meu lado, de um Observador Checo, dei comigo a pensar que já não me apetecia viver para assistir àquela merda, estava farto e f…sssss, para além da carnificina diária de civis e beligerantes de ambos os lados, Piotr K….era o oitavo camarada que perdia em cinco semanas.
Ver morrer um amigo, num breve instante onde a palidez do rosto surge e lhe retira a cor de vida, os olhos a ficarem vítreos, os lábios arroxeados e ouvir o último suspiro, não é coisa que se esqueça…nunca mais, anda connosco todo o dia e principalmente de noite. Mas estes foram não querendo ir, lutando até ao último suspiro pela vida que tu, agora, assim aparenta, queres desprezar. Não tens esse direito!
Não o tens, desde logo, porque contrarias a tua própria natureza humana.
Não o tens porque a tua negativa à alternativa magoa os que te querem e também a eles os vais matando pouco a pouco.
Não o tens porque o papel de “coitadinho” a sofrer não é heroísmo nenhum, é auto estima destruída e a culpa é tua.
Não o tens porque ofendes todos aqueles com o teu problema que lutam contra ele.
Não o tens…porque intimamente não te arroga a ele e não o reconheces.
Finalmente, não tens o direito de desistir por seres um mau exemplo desmotivador para todos os que lutam contra a doença pedindo todos os dias só mais um dia de vida.
António, mandes-me ou não à merda, serão meras palavras, assume a coragem de me dizeres isso na cara e depois falaremos olhos nos olhos. Que o único problema que te aflija seja mesmo a tua doença, o resto é palha e resolve-se…hoje ou amanhã…agora o que importa és tu.
Um desconhecido.
Manel do Montado

Depois do que continuo a ler, algo me toca. É inevitável.
Manel do Montado, a minha intenção não é, não pode ser, armar-me em coitadinho. Mas percebo as tuas palavras e aceito-as. Tranquilamente.
Longe de te mandar à merda, agradeço a lição.
É mais uma que aqui recebo. E isso só se pode agradecer.

A todos os que se vão juntando para, de uma forma ou de outra, me incentivarem, classifico de amigos, apesar de apenas um, neste caso uma, conhecer pessoalmente.
Porque quem age assim, só pode ser amigo.

Um abraço

Caro António
Agora que obtive uma reacção e que não me mandas àquela parte, vai uma conversinha a dois? Tenho curiosidade de conhecer quem pouco apego tem à vida, já que eu tenho é pouco apego à morte.
Moro em Lisboa e num instante batemos um papo e trocamos umas larachas...vale?

Claro que vale, caro Manel.
É só combinarmos.
Contornemos os meus horários de trabalho, e os teus, e avançemos para um papo.
Terei o maior prazer.
Embora deteste Lisboa. Almada é mais apetecível (longa gargalhada).
O nº do meu telemóvel poderá ser encontrado num mail.
Boa semana.

António,
Tá rematado, diz-me só onde posso encontrar um mail teu ou então manda para este mail.
bambinor@gmail.com.
Um abraço e prá semana vou até Almada, é só combinar.
Um abraço

Titas, vim deixar-te um beijo carinhoso e cheio de saudades, na esperança de que espreites por aqui...
Um grande abraço ao mio amico italiano!
Tua Mana

Titinhas do meu coração, por onde andas? como está o A?.
Beijinhos

Oh eu aqui Adrika...
Em forma!!!
Beijinho

Desculpa caro António, falta uma letra no mai...dedos grossos e teclados de portáteis! Que queres?
O meu mail é bambinofr@gmail.com e aida estou em Guimarães em trabalho, regressando ainda hoje, Quinta-feira, 4 de maio, a Lisboa.
Desculpa a ausência de contacto mas esta vida de trabalho é assim mesmo.
Um abraço e apita, assim tenho oportunidade de me deslocar à outra margem.

Chegadinha a Roma, vim a correr à net, porque as saudades sao imensas.

O meu primeiro passo é acabar uma conversa tida contigo, meu A., ha alguns dias, abruptamente interrompida porque "o seu saldo é inferior a 5 aéreos". Raisparta o telemovel mais o roaming mais o teu 91 servidor, nada compativel com o meu 96!

Pois bem, o que ficou por dizer é de grande importancia, e é destinado ao teu colega, pessoa que nao conheço, mas cuja inteligencia, bom senso e sentido de oportunidade nao consigo esquecer.
Contou-te este teu colega a experiencia vivida por um amigo ou conhecido ou por um-ouvi-contar, ja nao sei bem, a saber: "uma pessoa sofria de um mal exactamente igual ao teu, foi operada e, na altura da retirada do tumor, o cirurgiao verificou que, agarrada à masssa tumoral, estava uma veia; arranco ou nao arranco, tera dito o cirurgiao (assim te contou o teu inteligente colega) porque isto de cirurgias, na optica do teu brilhante colega, é como andar na monda: arranco as ervas e, azar, vem uma cenoura! No caso do infeliz sujeito, heroi da oportuna historia contada pelo teu inteligente e culto colega, a veia estava ligada aos pulmoes...
e, nesta pausa te detiveste, meu querido A. e a ligaçao telefonica foi-se, mas nao a oportunidade de eu te contar uma historia muito parecida (nao quero nem posso ser ofuscada pelo brilhantismo do teu inteligente colega). Pois bem, um conhecido dum amigo meu, cuja prima é irma do cunhado do sogro do compadre da minha madrinha tambem foi operado a um meningioma. Mesma situaçao: no momento de arrancar a massa tumoral, uma veia estava ali.... colada. Mesma situaçao, mesma duvida: arranco, ou nao arranco. Tambem, neste caso - ele ha coincidencias do caraças - o cirurgiao decidiu 'arrancar'. No caso do infeliz sujeito, desta vez nao heroi da oportuna historia contada pelo teu inteligente e culto colega, a veia estava ligada ao olho do cu. E as hemorroidas vieram atras.

Nao farei como tu, meu querido A. Nao me deterei num eloquente silencio. Pois devo dizer-te que, depois desta cirurgia, o conhecido do amigo meu, cuja prima é irma do cunhado do sogro do compadre da minha madrinha, nao so vive sem aqueles problemas de cabeça, como caga que é uma maravilha!

E por aqui me fico, por ora.
Um beijo da tua
titas

Só um "eloquente, inteligente e não sei mais o quê" é que poderá proferir atoardas dessa natureza sobre medicina. Vi médicos operar de urgência em situações limites e o conhecimento demonstrado por esses “mágicos”sobre levou-me a ter uma admiração extraordinária pela classe médica, é que nem nessas situações são desconhecedores da anatomia humana, portanto, caro A. julga como quiseres mas sou mais pela conclusão da Titas e adianto mais, há gajos que têm o intestino grosso ligado ao cérebro, daí as ideias de merda que têm.
Quanto ao nosso A., é para a semana o encontro de titãs e como já tenho nº de imóvel dele, que por caso é 91 como o meu, vou ligar-lhe para acertar-mos a almoçarada e trocar-mos uns bitaites.
Bjokas

Manel, ja te disse, mas nao canso de repetir: tao bom que vas ter com o "testa di cazzo" do A.
Nao o largues!
Ele ée mesno um stronzo, testa di cazzo, mas nos somos mais teimosos que ele!

Um beijo grande para ti, manel


ahhhhhh---- cazzo é caralh.....
e stronzo é 'um' durissimo que sai pelo lado oposto .....

Desculpem o teor do mail que enviei (aqueles cujo mail aqui tenho)
ja estou mais calma.... foi bom estar aqui convosco... e o meu menino d'oiro esta bem, ainda que nada tenha sido feito. Mas est+a bem, é quanto basta.




Outras coisa: estou preocupada com a Raquel. Parece q nao tem net. Telefonem-lhe, p.f.

Valeu-me o teu email para te reencontrar por aqui.
Perdera o link e ia smp dar ao antigo.
Mandei-te "n" email's, incluíve no dia dos teua anos. Oxalá tenhas recebido alguns.
Mas cheguei aqui e chorei.Chorei por ´dentro e por fora por em momento tão difícil me ter desencontrado da estrada k aqui começa e acaba.
Por ti, pelo A.
Pela falta de solidariedade k um descuido estúpido provocou.
Já noutras ocasiões expuseste a tua alma (meio a sério, meio a brincar, ao teu geito, para disfarçar), pq ela está em tudo o k fazes e sente-se, MAS nunca como este grito, esta dor latejante k entrou em mim e doeu. Ainda doi.
Tens absoluta razão.
Quem ama a vida não quer morrer. É o caso do A.
Raciocinar sobre certas matérias e racionalizar, com lógica, deve tornar-se difícil. Quase impossível. O balanço das perdas, do desaparecimento k se recusa, deve obnubliar tudo o resto. exactamete como uma depressão instalada em k as mesmas ideias nos matraqueiam.
Mas há uma frase chave no k disseste ao A: se não for operado morre, está a deixar-se nmorrer. Então tem k usar a lógica. É imperativo k o faça. Porque na operação pode ter 2 saídas. 1) A morte, k como está acontecerá em grande sofrimento,2) OU uma pssibilidade de remissão e VIDA.
"A", ouve, tu sabes, és tu quem está na situação, o medo é um bicho de sete cabeças k nos domina, mas nós podemos smp vencê-lo. Ouve a voz da Titas. "Dobra o medo com o pijama" e leva os dois para a mesa da cirurgia. Mas VAI e depois deixa-o, larga-o e diz bem alto: VOU VIVER!QUERO VIVER. VOU VIVER. Grita se preciso for, afirma-o e luta.
A Titas confia na tua força. Se ela confia eu confio também.
É tão grande a dor dela por ti, tão gande o amor k assim expressa...Por isso e tudo o mais deves lutar. Diz: não passaste a vida lutando? Então?
Abraço-vos aos dois, ternamente e envio muita luz e força com carinho.
Bj

Excelências
(Permitam-me que "fale" assim para afugentar as lágrimas)
Já disse, lá atrás, no tempo, que confesso a cobardia e reconheço-vos razão.
Contudo, o medo é, ainda, mais forte que eu.

Sexta feira vou ter o privilégio de almoçar com o Manel do Montado.
Já sei! Vou ouvir umas quantas...

Vcs são extraordinários.

A Raquel continua sem net. Ontem falei com ela, ao telefone. Está em braza.

Para todos vós que continuam a ser do melhor, o meu abraço e /ou beijo.

Façam-me o favor de ser felizes.

Vais ouvir os tomates, que para essa já estás preparado. Ainda não sabes o que é uma melga, ficarás a saber muito em breve. Amigo, vou contigo até ao fim do caminho que escolheres e até lá viverás cada momento comigo de forma diferente. Eu sou mesmo um privilegiado, vou ter a oportunidade de ouvir um homem que sem me conhecer acordou em almoçar comigo...quantos mais podem invocar este privilégio. Deixo-te um poema que não sei de quem é mas que me guia há muitos anos.
Um abraço e o resto acertar-se-á! Com medo que o medo é humano e quem não o tem ou é louco ou mentiroso.
Escrevi mais para ter a oportunidade de te mandar outro abraço.



JURO NUNCA ME RENDER

Pela minha terra clara
e o povo que nela habita
e fala a língua que eu falo,
juro nunca me render.

Pelo menino que fui
e o sossego que desejo
para o velho que serei,
juro nunca me render.

Pelas árvores fecundas
que nos dão frutos gostosos
e as aves que nelas cantam,
juro nunca me render.

Pelas montanhas e rios
e mares que os rios buscam,
com o seu murmúrio fundo,
juro nunca me render.

Pelo sol e pela chuva
e pelo vento disperso
e pela plácida lua,
juro nunca me render.

Pelas flores delicadas
e as borboletas irmãs
que nos livros espalmei,
juro nunca me render.

Pelo riso que me alegra,
com a sua nitidez
de guizos e de alvorada,
juro nunca me render.

Pela verdade que afirmo,
dos que a verdade demandam
até à contradição,
juro nunca me render.

Pela exaltação que estua
nos protestos que não escondo
e a justiça que os provoca,
juro nunca me render.

Pelas lágrimas dos pobres
e o pão escasso que comem
e o vinho rude que bebem,
juro nunca me render.

Pelas prisões em que estive
e os gritos que lá esmaguei
contra as mãos enclavinhadas,
juro nunca me render.

Por meus pais e meus avós
e os avós dos avós deles,
com o seu suor antigo,
juro nunca me render.

Pelas balas que vararam
tantos peitos de homens justos,
por amarem muito a vida,
juro nunca me render.

Pelos amigos queridos
e os companheiros de ideias,
que são amigos também,
juro nunca me render.

Pela mulher a quem amo,
pelo amor que me tem,
pela filha que é dos dois,
juro nunca me render.

E até pelos inimigos,
que odeiam a liberdade,
e por isso não são livres,
juro nunca me render.

Melgas e poemas. Um tratamento pouco comum.
Se há aqui alguém com privilégio, sou eu.
Mas não vamos discutir quem é o quê.

Um dia disseram-me que já não havia gente boa. O mundo era uma merda e tal!!!
Quero gritar, com os pulmões cheios, É MENTIRA!!!

O exemplo está neste "post" que a Teresa, desculpem, a Titas se lembrou de escrever.

Gostaria de acrescentar ao que o Manel do Montado escreveu. aquilo que me mandou por mail: "deixa-me dizer-te que como ex-muita coisa e frequentador de sitios onde a morte era rainha, abomino ver alguém render-se à dama de negro, a não ser que o queira. Sou mais de acçã do que de palavrão, já o meu pai dizia que "Homem muito cagão, pouco fodão", por isso vou almoçar com o A. sexta-feira e não lhe largarei os"tomates" enquanto não for à faca. Temos de nos deixar das coisas cómodas e abdicar de um pouco do nosso tempo pelos outros, foi essa a imensa lição de camaradagem e solidariedade que aprendi enquanto fui militar a sério, em zonas onde o lobo mau andava, nada destas merdas sucedâneas que andam agora por aí".

So me apetece dizer: ah ganda Manel!
Adoro-te!

e quanto a ti, meu 'testa di cazzo',que das pelo nome de A., apenas te quero dizer: se pensas que vamos desistir, estas muito enganado, pois, aqui, até nos, mulheres, temos tomates; e podes crer que sao bem negros e enrugados e cheios de potencia.

Portanto, tanto mais te massacraremos, quanto tu insistas nesse teu "nem fode nem sai de cima". Entendidos?

E agora toma la uma beijoca!

Pego nas palavras da titas (por quem nao morro de amores, como todos sabem) e subscrevo a ameaça:
"tanto mais te massacraremos, quanto tu insistas nesse teu "nem fode nem sai de cima".

Por outro lado, carissimo A., a pinderica da titas deve ter novidades para nos contar la das Italias, onde anda uma confusao do caraças... pensa so no desgraçado do prodi a gerir aquela maioria de 2 deputados mal contados e os 16 partidos que compoem a sua coligaçao. Mas parece-me, pelo que me disse a Titas, que ele esta a conseguir. Ameaça com um demito-me, provoco novas eleiçoes e ganha o Berlusconi.....

(Se estou a fazer chantagem contigo? Quem, eu, caro A.? mA NON!)

Boa tarde A.
Boa tarde.
E quero k continuemos a dizer bom dia, boa tarde, , boa noite, vai à fava, o k mais oportuno for na ocasião...., por muitos anos, E podemos.
E vamos faz~e-lo. vais almoçar com o Manel, dá-lhe um abraço meu k vos envolvaa ambos e una forças e vontades.
Até ja A.

Eu não conheço o A., acho eu... Mas, sem querer meter-me no que não me diz respeito, vou-me atrever a, sim, meter-me!, e pronto!
Pelo muito que aqui li, o A. podia ser submetido a uma intervenção que, não o curando, lhe traria uma qualidade de vida muito melhor à que tem sem a dita intervenção. Até porque o mal, sendo um mal, não é daqueles que brincam às escondidas pelo corpo fora....
Se o A. permitir que o cirurgião dê umas estocadas nessa massa tumoral, ela fica reduzida mesmo e os efeitos do seu tamanho actual serão muito menos incomodativos, muito mais suportáveis... talvez até corra tudo melhor do que o médico ousa aventar e não haja sinais de nenhuma massa tumoral! Acontecem muitas coisas boas, inesperadas. Porque não? O A. merece, ou a Titas e todas as pessoas que aqui têm vindo não estariam aqui a pregar!!!! Bolas... (digo eu aos meus botões) que palavra mágica o faria tomar a decisão de se submeter à faca?

E vem-me logo à ideia a minha prima, uma rapariga que, com um prognóstico médico muito reservado, deu uma parte do fígado à filhinha de 4 anitos que tinha cancro. Os médicos diziam que a criança "tinha mais hipóteses" de aceitar o fígado da mãe do que outro, "mas também podia rejeitá-lo". E quanto à mãe, apesar da capacidade que este orgão tem de "crescer" e recuperar o seu tamanho, podia dar-se mal, corria sério e real risco de vida. Corriam ambas, só que a menina sem o transplante não tinha hipóteses.
E a mãe avançou, porque se era certo que sem isso perdia a filha, ela entendeu que tinha que lhe dar vida outra vez, como o fizera já, ao dá-la à luz. E lá foram, operadas em salas contíguas, intervenções delicadíssimas, de altíssimo risco.
Isto, depois de uma caminhada terrível, de tratamentos violentos para a menina.
A mãe recompôs-se. A filha aceitou o fígado. Já lá vão 6 anos. Está dada como curada :)

Ó A., a sua intervenção arriscada não dará vida no sentido de "o sopro da vida"... Mas não crê que dará VIDA, ALEGRIA, ESPERANÇA, CONFIANÇA aos que são seus e o amam? Claro que dá! Faça-a, pelos que ama e o amam. E por si! Hoje operações "de peito aberto" ou ao cérebro já não são o bicho de sete cabeças que eram dantes.
Até senhoras idosas se submetem a elas e voltam para casa boas (é verdade!!!).

Nós não nos conhecemos. Tem todo o direito de me achar intrometida. Mas é que não consigo mais deixar de me intrometer, este post da Titas, e as respostas todas, entraram na minha vida e este assunto agora faz parte dela. O A. passou a fazer parte da minha vida. Por isso atrevi-me a deixar a minha opinião e um pedido - olhe que é mesmo sentido: submeta-se a essa operação!

Morgana (backinavalon@yahoo.com - para se resolver descompôr-me...)

Não resisti a tamanha resistência ao "humor posto num tumor" de uma situação algo séria, mas não estou deveras inteiramente conhecedor para poder-me pronunciar com a mesma eloquência de raciocínio desta amiga que é um amigo do seu amigo. Mas uma coisa eu sei, é que tal como ela nunca fui atrás do diz que disse.. É para cortar, corta e que se lixe, depois verás se fazia falta ou não, essa merda. Agora só te restam duvidas pavores e medos. Medo de quê? Tens medo de morrer A.? Então tira essa merda e preocupa-te somente em arranjar um gajo à maneira que saiba do oficio. Não vás à feira da ladra à procura dele, esses não são de fiar, porque ainda te dão um corte com um bisturi enferrujado e depois morres de tétano... Isto apenas para reforçar o magnifico comentário da Titas - Chegadinha a Roma, vim a correr à net, porque as saudades são imensas.

Que posso eu dizer, que estou
tão longe?
Que estou solidário com o A.?
Claro que estou! E com todos os que o acompanham.
E dizer-lhe que é preciso lutar e acreditar.
É pouco, mas é o pouco que posso dar neste momento.
Força!

O meu maior amigo, com o mesmo problema que o A., foi operado e passada uma semana, se tanto, estava na rua. Isto foi há dez anos. No dia seguinte à operação de cabeça aberta, quando o visitei, parecia que não tinha sido nada com ele. Abriram-lhe uma tampinha na caixa dos pirolitos, aspiraram-lhe aquela merda e prontus! Antes de ser operado já não conseguia ler nem articular correctamente as palavras. Hoje continua a exercer a sua profissão de engenheiro.
Quanto à homeopatia, hehehehe..., coma uns bonbons que fazem o mesmo efeito e, ainda por cima, dão alguma satisfação ao paladar.
Bjokas, ó Titonas.

bom dia Titas, bom dia amizades, bom dia A. K seja um grande e decisivo dia. K em boa hora será. Estamos aqui.
beijos

Outra vez a TMara e o Friedrich. Pela primeira vez, quem se conteve até mais não poder, a FataMorgana. E o Peciscas, mais o JMTelesdaSilva.
Ah! A intromissão da invejosa Afrodite, escusada, inoportuna. Não pode ver a Titas
fazer coisa nenhuma.
Titas, não lhe ligues.

Compreendo-vos a todos. Se estivesse na vossa posição, com mais ou menos requinte, "cantaria de galo". Mas, por favor, entendam o meu medo.
Não repitam que eu sei. Tenho uma luta comigo mesmo.
Não pensem, de forma alguma, que estou contra o que dizem. No meu íntimo algo me diz... estes gajos(as) (perdoem o termo) estão cobertos de razão.
Mas...
Há sempre um mas.
Se Deus quiser, sexta feira a história é outra. Um cosido à portuguesa, na companhia do Manel do Montado.
Quem quiser aparecer, está á vontade.
Restaurante "Valente" em Vale Figueira, concelho de Almada.

Beijos e abraços

Querido A.
Para mim não és um desconhecido, apesar de não nos conhecermos. E acredita que hoje, sábado, estou aqui impaciente para saber notícias. Como foi a conversa, o almoço, o convívio com o amigo Manel do Montado ?

Será que precisamos juntar-nos todos/todas e irmos ter contigo para conversarmos sem tabus ? Para te obrigarmos a falar abertamente dos teus medos e exorcizá-los ? Para te levar a uma decisão ? A uma atitude ?
Sabes que só há um caminho a seguir: marcar uma consulta com um bom especialista, em quem confies, e avançar para o único tratamento capaz de te devolver a VIDA, a cirurgia.
E neste processo, contas com TODOS NÓS ! Para o que der e vier !

(desculpa de só agora passar por aqui ...)

Que giro...
Estamos a usar o blogue da maravilhosa Titas como nosso.
Mas ela não se importa. Tenho a certeza.
O que "se passou" no almoço com o Manel do Montado?
Passem pelo meu blogue porque tenho lá uma frase - inserida no "post" mais recente - que diz quase tudo.
Um beijinho, Júlia.
E agora retiro-me antes que apareçam a Titas e a invejosa da Afrodite. Ou será ao contrário?
:)

Olá Titas e a todos os que por aqui passaram e passam. E.. Olá A.
Não te conhecendo, já te conheço através de tudo o que acabei de ler. Medo é uma sensação terrível, contudo a alegria de o conseguirmos ultrapassar é indescritível, não só para nós mesmos como para quem nos quer bem e nos rodeia. É como uma luz que se abre num abismo negro e denso. Compreendo-te mas também compreendo a ânsia de quem se interessa por ti, A., e são muitos. Não podes desistir sucumbindo sem luta e como a operação é o que se te apresenta, vai em frente, não adies mais. Lembra-te que o tempo voa sem darmos conta. Estamos todos contigo através desta maravilhosa mulher que é a Titas. Daqui, da Invicta, te mando Força, A. Conta comigo para tudo o que estiver ao meu alcance.
Um bjo com carinho

estou indo A...estive fora e sem net.
Até já, o caminho é curto e...rápido.Bj grande

beijo amiga Titas e k estejas bem.

As palavras que aqui tenho lido, nem o vento as leva...
Grato.

Titas Mai Nitas, a Tai foi internada hoje para a retirada de células.
Ontem fiz tudo por tudo para tentar falar com ela mas foi impossível, como poderás calcular.
Estava num estado de nervos sem tamanho, toda enrolada no sofá e não falava com ninguém.
Desta vez estamos completamente em suspenso, todos a rezar para que o resultado seja o esperado.
Falo contigo, como se só estivesses aqui tu.
Não é por falta de gente boa ao meu lado, porque tenho a sorte de ter uma família lindíssima.
Não é por solidão, não é! As miúdas estão por aqui. A João está a estudar, a Ritoca está a preparar-se para ir para a caminha.
É mesmo vontade de falar contigo, entendes?
É saudade daquela troca de mails, daquele brincar que nos afasta do resto, do que não precisava nunca de existir mas que não nos larga, nos consome, nos faz sentir mais feias.
Ontem só conseguia falar com a minha irmã entre soluços.
Hoje passei um dia do caraças, entre papeis, telefones e um telemóvel que não me enviava uma mensagem da Sis.
Pode parecer um autêntico paradoxo, mas era a minha irmã que me dizia para ter calma, vê só!
Estou a falar-te disto a propósito do medo.
A Susana foi há uns dias atrás à consulta com o cirurgião que provavelmente a vai operar.
Só ontem é que a minha irmã teve coragem para me dizer.
Para fazer o transplante, a Susana vai ter que fazer a pior das opções: imaginas o que é darem-te a escolher entre um tiro no escuro ou um tiro no avesso desse mesmo escuro?
Eu não sabia, não imaginava.
Continuo sem conseguir conceber, e, a esta hora, a Su está a olhar para uma máquina, no IPO, com um catéter na virilha, ligado a uma veia, sem poder mexer-se e a escolher entre o transplante (seja ele auto ou seja ele total - já estão a preparar o meu sobrinho, o irmão, que é o potencial dador da medula, por excelencia) ou fazer quimio e ver avançar a doença.
Mas e isto está escrito na bula que antecede o termo de responsabilidade, o transplante, o mês inteiro após o transplante, de isolamento total, de tudo que a liga ao meio, à vida, a nós, é extremamente traumatizante, e, dizem mesmo, pode ser fatal.
Titas, imagina como é possível estar-se a três dias do aniversário para fazer 24 anos e ter como presente esta escolha?
Não consigo dizer-te o que vai dentro de cada um de nós.
Não consigo dizer-te o quanto olho para o meu cunhado e tento ver aquele homem charmoso que casou com a minha Sis'.
Não consigo dizer-te quantas rugas a minha irmã tem que eu nunca lhe havia visto, há menos de 2 anos atrás.
Medo?
Ele está aqui, está com a Su, está com cada um de nós.
Há lá um mundo de gente carregada de medo mas nenhum de nós está neste momento a pensar no medo dos outros, perdoa-me.
Só penso na Tai, só penso na p... da máquina a girar, só penso que estou aflita e que dava tudo para que não estivesse lá.
Mas ela está, ela vai assinar, ela mete-me num canto com aquela força que não sei onde consegue ir buscar e eu morro de vergonha de ser uma cobardolas de trampa!
Sabes o que ouvi quando, sem querer, tentava distrair a minha irmã e lhe falava na Maria João, na Ana Rita, que a droga do dinheiro não chega para nada, que não sabia como ia fazer para pagar propinas, para continuar a levar o barco para a frente, sem ajuda?
Ouvi um sussurro, uma frase dita baixinho, que está a tornar-se insuportável de aguentar:
"- Ai, Quicas! Quem me dera ter os teus problemas!"
Senti-me tão minúscula, tão ínfima, Titas!
Eles estão todos no IPO.
Eu estou aqui a falar contigo. Deixa-me dizer-te a única coisa que me ocorre. Tu já viste que puta de vida esta?
Onde está Deus para todos os Tomás, para todas as Susanas, para todos os A.s?
Dou comigo a falar desalmadamente com o meu pai.
Vou para o banco a falar com ele, venho a falar com ele. Peço-lhe que consiga que tudo passe depressa e que "o pior que está para vir, Quicas" seja passado.
Titas, que saudade eu tenho daquela janela do quarto onde vezes sem conta eu e a minha irmã passávamos horas a dizer tanto disparate, tanta asneirola, mas que era a maior das delícias, sabes?
Era lá que eu queria estar, agora.
Foi por isso que vim falar contigo.
Lv u
Beijo na ponta do teu nariz.

Internet finalmente!
Corri em busca de novidades.
Vou passar pela Cris, pelo Manel .... por casa dos que puder.
Tambem preciso saber do Luis ...
E a Raquel sem net....

E a Tai... a minha, a nossa querida Tai... nao sei que dizer, que fazer. Infelizmente nao sei rezar. Hoje precisaria de um credo em que me refugiasse. Hoje precisaria pedir ajuda. Estou demasiado aflita e cansada para dar voz à raiva.
Hoje sinto-me, mais do que nunca, so.

"Na pretérita sexta feira tive o privilégio de almoçar com o "Manel do Montado". Esta situação não dirá nada à esmagadora maioria dos eventuais leitores deste blogue. Mas diz muito a uma minoria devidamente identificada e diz muito, mas mesmo muito, a mim. Conheci um ser ímpar, com um coração grande e uma alma enorme.
Obrigado "Manel".
.....
...Mas, tanto quanto percebi, nem a Nossa Senhora de Fátima trabalha nem o "Manel" faz milagres"....

dizes tu, A., e eu estou de acordo. Contudo, esperemos que o Manel consiga o 'milagre' a bem. Caso contrario, e nao te de o badagaio entretanto, podes crer que a minha primeira acçao ao voltar a Lisboa é ir visitar-te, e nao sera propriamente para um belo almoço e uma agradavel conversa. E olha que nao estou so. Ja sabes como pensa hoje aquele que outrora me dizia: "tens que respeitar a decisao dele...."

Entretanto, minha "testa di cazzo", toma la uma beijoca.

VAMOS DAR OS PARABÉNS À TAI QUE HOJE COMPLETA 24 ANOS.

TAI QUERIDA, UM BEIJO E MUITA FORÇA.
VAIS VENCER!!!

Vou lambuzá-la tanto, mas tanto! Levo-lhe tanto beijo, tanto abraço e levo o teu e já sabes o que te trago. Estamos aqui para o que der e vier, A.! Ela não vai vencer, ela vai ser um dos vencedores. Tu vais ser outro! Já apostei e garanto-te, só aposto quando tenho a absoluta certeza de que ganho!
Desculpa, Titas. Com o entusiasmo, falei com o A e nem te dei uma beijoca na ponta do nariz.
Toma lá duas!
Vou lambuzar a Tai que hoje está de pernita esticada(correu bem a recolha de células, haja Fé e toda a tua/vossa força!) mas toda feliz por poder festejar em casa os 24 anos!
Milhões de beijos dela, da minha irmã, de todos nós!
;-) Beijo, Titas Mai Nitas!
Luv u, 4ever!

Andei no quintal a colher umas nêsperas enquanto a chuva me batia na cara…que momento de vida, como a chuva pode ser boa e fazer-nos sentir vivos.
Fiquem bem e A., já lá fui à Redacção do Jornal, lembra-te disto meu amigo:
- Se te derem um pontapé no cu não desanimes, é sinal que vais á frente!

TAI !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

MINHA QUERIDA, MEU AMOR, MINHA GUERREIRA,

No dia do teu aniversario(e sempre), o beijo mais sentido, o abraço mais forte. E a minha certeza: TUDO VAI CORRER BEM!

Adoro-te minha pequenina, minha grande!

Cris, nao consigo entrar nos teus comentarios.

estarei por aqui (na net) ate dia 28. Depois sigo para Croacia e Eslovenia.

Manel, podes dizer-me o que ja conseguiste relativamente ao 'testa di cazzo' do A.?

E bom que ele te ouça. Se, em Julho, quando eu regressar, tudo estiver na mesma, quem lhe parte o 'cazzo' sou eu!

Olha a perigosa!
Tu tem mas é juizo, Titas.
Estive num papo com a Afrodite e nem imaginas o que ela me disse de ti oh tu.
Não venhas com ameaças pah.
Olhamesta!
Quando chegares à Croácia pergunta por mim. E na Eslovénia nem se fala.
Paletes de gajas com o meu contacto.
Sou muita popular. Óbiste oh tu?
Olha olha.

Beijos e isso.
Olhamesta agora.

Tai não vás na conversa desta traidora ahn?

E tu óh Cris... ela diz que não conseguiu entrar. Eheheh. É da idade!!!

Manel, as nêsperas eram doces?

Portem-se mal, cambada!

"E tu óh Cris... ela diz que não conseguiu entrar. Eheheh. É da idade!!!"

olha là, ò parvo que das pelo nome de A. mas que tens tu a ver com a minha vida sexual, ahn?

Nada!!!
Mas não resisto a uma boa gargalhada.
Sua stronza (isto é alguma coisa de jeito?)
Beijo.

"Sua stronza (isto é alguma coisa de jeito?)"

Depende, A., grande testa de cazzo.
Quando nao é demasiado duro, nem demasiado grande (nem muito mal cheiroso).... representa um belo alivio....

Toma note de mais uma gargalhada.
:)

Não sei quantas vezes já li este texto.
Hoje, estou profundamente sensivel. Não dormi a noite inteira, Esforço-me para não chorar e a minha cabeça e os meus olhos, quase que arrebentam pelo esforço que faço de parecer "normal".

Por vezes apetecia-me ir para o meio de um pinhal e gritar e chorar e revelar toda a minha angustia, toda a minha raiva e revolta!

Depois penso, que nada disso iria afastar aquilo por que eu luto.

A doença que "ele" sofre, não se repele assim. Nem o desgosto estampado nos olhos do meu filho, a cada crise do Pai!

Esta noite vi o meu adolescente filho, pegar no Pai em braços e levá-lo para a cama, depois de ele voltar a cair no quarto de banho.

A força que ele fez, o seu rosto torturado, todo vermelho do esforço, a cara envergonhada do Pai, por se sentir impotente, a minha própria impotência para evitar que o meu filho veja a decadência do pai, transforma a minha alma em lágrimas. Lágrimas, que não choro, que não posso chorar nunca, sem dar parte de fraca.

Mas tenho que sobreviver. Tenho que arranjar forças para isso, porque tanto um, como o outro, dependem da minha força.

Desculpa o desabafo. Fostes o meu pinhal, aquele onde por vezes, me apetece ir gritar.

Abraço-te com todo o carinho do meu coração

O que se passa menina_marota?
Conta.

Serei (seremos) o teu pinhal, sempre, minha menina...

Gostaria tanto de poder ajudar... minimizar pelo menos o sofrimento, dar-te forças

mas apenas te posso e sei amar...e ouvir teu grito....

Titas, meu Amor, o A. está no hospital. Vamos enviar todos muita energia positiva, está bem? A mensagem que eu recebi é de quem está tão aflito!
Vamos fazer muita força para que ele se convença agora a ser intervencionado e que daqui a uns tempinhos já não haja lado algum dele a ficar paralizado, a tremer, e, que ele não precise de gritar: ESTOU MAL!...!não consigo por aqui o resto da mensagem, desculpem-me, por tão dorida!
Tenho a minha Tai mal também. Sabes que ela conhece e fala com o A. Não tenho coragem para lhe dizer que ele está no hospital :-(
Quando vieres aqui, Amore mio, e leres isto, por favor fala com o nosso amigo, o Francesco, outra vez! Ele que desculpe mas aqueles dois doces (a Tai e o A.) precisam.

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