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16 dezembro 2006 

Eu, Catilina













"O que mais me custa, neste sórdido episódio da Dona Carolina Salgado, é vê-la sentada a uma mesa a autografar livros como se tivesse escrito um livro. Não escreveu: para começar, aquilo não é um livro, é um pedaço de papel higiénico que, depois de usado, seguiu para uma tipografia e encontrou uma editora disposta a chafurdar na lixeira. Depois, e como é óbvio, a senhora não escreveu coisa nenhuma, nem tem competência para tal: quem lhe encomendou a 'sale besogne', escreveu-lhe o livro e, no fim, recolheu-lhe a assinatura e deu-lhe aquele grandiloquente e ridículo título de Eu, Carolina, tipo Eu, Cláudio, obra de referência daquela escritora americana de literatura de aeroporto. O livro da Dona Carolina não é sequer literatura de aeroporto: é um dejecto de ressabiamentos e vinganças pessoais que eloquentemente ilustra não as origens ou a educação, mas o carácter da senhora. Porque, se é certo que a educação demora gerações a refinar, o carácter não tem que ver com isso. Ela não tem culpa de vir de onde veio, tem culpa, sim, de ser como é.

Agora, a Dona Carolina vive bem mais do que os seus cinco minutos de fama. Tem as televisões e os jornais aos pés, tem leitores a pedir-lhe autógrafos e tem até (ó, suprema ironia, quem os ouvia a falar dela...!) benfiquistas prontos a acolhê-la e a transformá-la em Maria Madalena ou (deixem-me rir!) Carolina d'Arc. Mas, quando a poeira assentar, a pobre Carolina, como tantos e tantas outras antes dela, vai perceber que falou tanto que se enterrou até ao pescoço e que a validade do veneno que lhe deram para usar não era eterna. Em breve se tornará cansativa, inútil e desagradável à vista. E, então, regressará de onde veio, só que sem câmaras nem holofotes à sua frente e sozinha para enfrentar todos os processos judiciais e chatices de que agora, no seu patético arrebatamento, não deu conta. 'Exit' Carolina
."

Miguel Sousa Tavares


Estaria de acordo com esta opinião, se o texto de MST fosse composto por duas partes.
O "Eu, Carolina" poderia ser não mais que um fait-divers de mutíssimo mau gosto; mas contém uma outra parte. Aquela que, para mim, é extraordinariamente importante: as denúncias feitas,incriminando objectivamente a autora-denunciante; os nomes envolvidos, as provas que certamente existem.

Diz MST do livro da senhora Carolina: "é dejecto de ressabiamentos e vinganças ..." e eu atrever-me-ia a acrescentar: um dejecto insignificante se comparado com a infâmia do que foi até hoje o dito processo "Apito Dourado" para já não falar no da "Casa Pia", entre outros.

Caríssimo MST: não são as Carolinas a vergonha do nosso País. E ainda lhe digo mais, senhor MST: pese embora os defeitos que possa ter, você não é burro. Assim sendo, esta sua 'crónica' não está livre de pecado.


Quousque tandem,



, abutere patientia nostra?”

Plenamente de acordo contigo, minha amiga.
Independentemente de tudo, o importante é que este livro e as denuncias que faz, veio ajudar a levar por diante processos que de outro modo teriam ficado pelo caminho por falta de provas. Como vem sendo hábito.
Ressabiamentos e dores de cotovelo à parte, reconheçamos que foi necessária uma certa dose de coragem para avançar com uma atitude destas.

Dizes bem, Ju: "foi necessária uma certa dose de coragem para avançar com uma atitude destas".

"Demasiada" coragem, "demasiada" diversão, "demasiado" mau gosto; "demasiado" timing.

Direi que também as "flatulências" e "cortes de unhas de pés" não vêm ao caso inocentemente.

E começo a tirar o chapéu à senhora
Carolina.

Pelo meu lado concordo quase plenamente com o MST, pois ela enquanto esteve no "bem bom", em que viveu no luxo em casa paga pelo homem, sem trabalhar, pois não tinha necessidade que ele pagava tudo, a ir a bons restaurantes, até pactuou com as vilanias do "companheiro". Quando viu o dinheiro a escassear e ser trocada por outra aí é que descobriu que tinha sido cúmplice de mta merda! E nunca seria o livro e esta escandaleira toda a forma melhor de denúnica. Se queria expor o caso, ía á Judiciária fora dos holofotes, e com papeis provava a denúncia. Assim, tudo isto é mais uma palhaçada á portuguesa.
Só espero que tenha servido de vez de lição ao PC para não andar sempre metido com putedo.
E não tenho nenhuma simpatia por ele, apenas gosto de ver as coisas com clareza, abordando os dois lados da questão sem tomar partido por uma facção apenas por ser uma mulher, cuja forma de existir nem me serve de exemplo, pois bem me lembro das fitas que fez no estádio do Benfica, e agora aceita a ajuda deles.
Tudo isto só me mete nojo.
Bjs
TD

"Se queria expor o caso, ia à Judiciária fora dos holofotes, e com papeis provava a denúncia"

de facto, Teresa, esse seria o comportamento normal e decente num País com uma Justiça normal e decente....

E onde estão a decência e a justiça neste nosso (por enquanto) cantinho?
Não me é difícil admitir uma certa dose de oportunismo mas convém, e não custa nada, tentar compreender as intenções. As de outrora e as recentes...

Um beijinho, sua Titas On Line :)

(...) Eu, Carolina, tipo Eu, Cláudio, obra de referência daquela escritora americana de literatura de aeroporto.(...)
Fosse o MST a escrevê-lo e teria por título “Eu, Plágio”!
Não comento a verborreia rábica desse escriba e muito menos a de uma mulher de comportamento público desnivelado e vernáculo. Desculpa a expressão, mas são duas bostas do mesmo calibre.
Quanto ao acolhimento dado por adeptos do meu clube, obviamente envergonha-me, mas aglomerados moleculares de dejectos orgânicos sólidos há-os em todo o lado.
Bj

Ah pois é! E se a Carolina não tivesse escrito o livro ou mandado escrever, teria o PGR tomado a iniciativa de colocar a "panzer" Maria José Morgado a puxar as pontas soltas da investigação.
A "clubite" é provocadora de mal estares deste tipo. Não me lembro de ver a mesma revolta, com tantos outros livros de tão má qualidade literária quanto este. Mesmo porque estamos sujeitos a qualquer momento ser surpreendidos com uma declaração do tipo "esta é uma história ficcionada" que visou pura e simplesmente provocar a imaginação de por exemplo, do MST, que verifico debaixo da raiva não é tão boa, quando copiada... Ups!
Quem não deve, não teme! E temor deve ser coisa que não falta neste momento nos dirigentes do nosso futebol, assim a Maria José tenha o espaço prometido... É uma fé! ;)
Beijos

a única vantagem k creio ter saído desta "purqêra" foi a de obrigar a tomar medidas + sérias, como a de noear M. Morgado,como referi na ninha ewscrita de sábasdo passado no http://orgiapolitica.blogspot.com/
Só não entnedo pq lhe limitam os poderes a este caso único qnd deveria ter sido reempossada nas anteriores e gerais funções contra a corrupção. E há muita. Infelizmente temos vindo a constacy«tat k s+o qnd (desculpem) a merda salta via media (jornais e/ou TV) é k as acções são desencadeadas com furor...se depois chegam a aalh«gum lado é outra estória. Mas M. Morgado dá-nos esse crédito.
Bj
Boas Festas 2006/07

Artigo de Domingos Amaral, no Diário Económico



Desde Miguel Sousa Tavares aos Gatos Fedorentos, desde Dias Ferreira às
revistas popularuchas de televisão como a TV 7 Dias, o ataque a Carolina
Salgado foi avassalador. Mal se soube que a senhora tinha escrito um livro onde
contava pormenores sobre a vida com Pinto da Costa e revelava alguns dos
métodos do presidente do FC Porto para atingir os seus objectivos, o coro de
protestos foi imenso. O tom de superioridade moral da maioria foi espantoso:
para quase todos, tratava-se de uma senhora reles, sem carácter, duvidosa.
Numa palavra, tratava-se de um alvo a abater, e depressa. A tentativa de
assassinato de carácter que toda esta gente fez a Carolina Salgado é
reveladora, não só dos instintos machistas grosseiros e boçais que ainda
prevalecem por cá, como dos instintos de classe.



Carolina Salgado não é uma menina bem, não vem de boas famílias,
cometeu muitos erros na vida, comeu o pão que o diabo amassou, deixou-se usar
numa guerra suja, meteu a mão na anca quando foi preciso e sujou as mãos
quando lhe pediram. Sim, é tudo verdade, e também trabalhou como
alternadeira, no Calor da Noite. Porém, isso não a diminui aos olhos do
mundo, não lhe retira força. Bem pelo contrário. A vontade expressa de a
enxovalharem, de a vilependiarem, é apenas uma estratégia, reveladora de um
preconceito fortíssimo, um preconceito vil e ignóbil, daqueles que se julgam
virtuosos. É tão fácil atirar-lhe pedras, cuspir-lhe na reputação. Tal
como muitos chamaram às vítimas do processo Casa Pia prostitutos e
mentirosos, agora também chamam a Carolina tudo e mais alguma coisa. É
preciso diminuí-la, desgastá-la, descredibilizá-la. A defesa de Pinto da
Costa já começou, e os seus lacaios fazem-lhe o servicinho, tendo por isso
como aliados os idiotas úteis do costume. É preciso baralhar o povo,
confundir as pessoas, para os imorais triunfarem.

Mas, convém ter bem a noção do que se está a passar.

Pela primeira vez em vinte e tal anos, houve um terramoto no Porto. Sim, um
terramoto de grau muito elevado.

As coisas que Carolina revela, e a coragem com que o faz, são terríveis,
e mostram que tudo o que se suspeitava pode bem ser verdade.
Aqui há uns anos, quando José Mourinho regressou ao Porto, já como
treinador do Chelsea, levou seguranças, e perguntaram-lhe porque o fazia.

Ele respondeu: "quando vou a Palermo, tem de ser assim". Palermo...Palermo
é a capital da Sicília, terra da Mafia, da Cosa Nostra.

José Mourinho tinha sido treinador do FC Porto, onde tinha vencido uma
taça UEFA e uma Liga dos Campeões. Sabia do que falava. Ele vira, por dentro,
como funcionava a casa de Pinto da Costa, quais os métodos e as artes. E falava
em Palermo... Pena que não tenha sido mais corajoso, contando o que viu.
Coragem essa que não falta a Carolina Salgado, fazendo com isso saltar dos
eixos o futebol português. Agora, parece ter chegado o tempo de começarmos a
saber o que se passa. Agora, esse poder oculto do futebol português vai
submergir, vai ser posto a nu, e vai queimar muita gente.



Agressões a vereadores de Gondomar, conversas com árbitros em casa,
gavetas cheias de dinheiro, colaborações secretas com a PJ do Porto, controlo
das classificações do árbitros, suspeitas de associação criminosa. Ao pé
das acusações que caiem sobre Pinto da Costa, Vale e Azevedo parece um
aprendiz e no entanto foi parar à cadeia. Veremos se a justiça portuguesa
considera mais grave uma burla do que uma associação criminosa.



Mas, nos salões bem pensantes de Portugal, nas redacções dos jornais,
nos cafés, o que está a dar é achincalhar Carolina Salgado. Chamar-lhe
nomes, gozar com ela, é que é giro. Os portugueses são um povo muito
curioso, nunca levam a sério o que é sério, preferem a reputação à
substância.

Por causa dessa característica antropológica, transformam tudo num
espectáculo de circo, sem perceber que assim contribuem para perpétuar uma
sujeira e não para a limpar. Mas, enquanto há vida, há esperança.



Em Palermo, as coisas também mudarão um dia...

"Quem não pecou, que atire a primeira pedra..." disse Cristo a propósito de Maria Madalena...
´
... acho piada a este País, en queanto a "dita" esteve no "poleiro" as revistas curvaram-se todas diante dela... alternadeira ou não, foram-lhe "lamber" as botas... digo isto porque vi, muita revista a vender capas com ela...

Agora "muitos" são os seus juízes!!!!

Um abraço e bom ano para todos ;)

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