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18 março 2010 

Francisco Canais Rocha




Nasceu em Torres Novas, em 17 de Janeiro de 1930.
Começou a trabalhar imediatamente após a instrução primária como marceneiro, na empresa de Alberto Sepodes, e carpinteiro de moldes, nas metalúrgicas Lourenço & Irmãos e Costa Nery.
Mais tarde faria o curso dos liceus, a licenciatura em História e o mestrado de História Contemporânea.
Desde muito novo ligou-se aos movimentos sociais, políticos e associativos de Torres Novas.
Em 1952 foi preso pela primeira vez pela polícia política e, depois de libertado, retomou a luta política e sindical em Torres Novas.
Funda as estruturas sindicais dos trabalhadores metalúrgicos, concelhias e distritais, integra direcções locais e regionais do PCP e adere às comissões de apoio às de Arlindo Vicente e Humberto Delgado.
Ao nível associativo, esteve na fundação do Núcleo Campista “Raiar da Aurora” e do Cine-Clube de Torres Novas.
Seguiram-se anos de clandestinidade com sua mulher Rosalina, também ela uma lutadora.
Em 1968 foi de novo preso pela PIDE, tendo sido condenado a 5 anos de prisão. Crê-se que foi um dos presos políticos com maior período de tempo sujeito à tortura do sono, somente interrompida pelo desnorte provocado pela queda da cadeira de Salazar.

Libertado da cadeia de Peniche em 1973, emprega-se no Sindicato dos Jornalistas e no Sindicato dos Electricistas e integra o grupo fundador da Intersindical, de que foi o primeiro coordenador-geral.
Em Maio de 1974 é eleito delegado dos trabalhadores portugueses à 59ª Conferência Internacional do Trabalho (OTI), realizada em Genebra.
Foi fundador e dirigente da Associação Amigos de Torres Novas em Lisboa; em 1996 funda a ARPE, de que foi presidente. Em 1998, funda a Federação dos Reformados do Ribatejo, de que é presidente e, em 2002, a União das Colectividades e Associações de Torres Novas, de que também é presidente. Participou ainda na fundação AGIR e da Associação Casa Memorial Humberto Delegado.
Publicou dezenas de artigos sobre a história do movimento operário e sindical em vários jornais e revistas e alguns livros sobre sindicalismo e a história do movimento operário, o último dos quais editado pelo Município de Torres Novas em 2009.
Recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Município de Torres Novas em 2003.

Francisco Canais Rocha é, aos 80 anos, exemplo de perseverança e de consciência, de convicção e dignidade pessoal. Foi, para muitos, um pedagogo da ciência que suporta as revoluções.
É um líder por excelência desde os tempos de miúdo e um organizador por excelência.

Maratonista da conversa, dono de uma notável capacidade mnemónica e um apaixonado pelo cinema.
Che Guevara e Alexandre Herculano são dois dos seus ícones imemoriais e símbolos das suas grandes paixões: a História e a luta social.

Também por ele os labirintos do passado foram convertidos em campos férteis de liberdade.

É com grande honra que apresento o meu primo. É a ele que devo o que tenho, é a ele que agradeço o exemplo

Tudo o que aprendi em termos sindicais, no meu tempo de dirigente sindical do sindicato dos escritórios de lisboa, devo a dois homens: Canais Rocha e Caiano Pereira.
Quanta saudade...

Foi tudo isso e mais,
Bufo da PIDE. Dai ter sido expulso do PCP

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