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20 fevereiro 2006 


















Olha, minha querida Cris, eu bem que gostaria de também te escrever belas cartas de amor, mas falta-me engenho e arte.

Assim, conto-te mais uma das minhas desgraçadas histórias:

Absurdo seria estar em Itália em Abril de 2005 e não ir a Roma na altura do Conclave.

Cheguei na noite de 17 e instalei-me, como habitualmente, no Flaminio Village, um dos meus parques preferidos, onde, para além do grande e bonito espaço para a autocaravana, disponho de óptimas instalações, restaurantes, piscina; enfim, um local onde nem sequer me faltam belíssimas noites iluminadas por uma contínua chuva de estrelas: no bosque que circunda o parque existem centenas de pirilampos!

Mas afinal onde está a desgraça desta história? (estou a ouvir-te)

O meu problema, conto-to já:

Logo à chegada, fui à casa de banho (como sabes sou uma mijona do caraças).

Quase desmaiei! Um oceano de mármores, espelhos, cristais, luzes directas e indirectas, sala de maquilhagem, duches sumptuosos, plantas exóticas naturais... até uma fonte havia, quase tão bela como a de Trevi.

Ainda sob o choque do êxtase, fui fazer o meu xixi. Tu bem sabes, meu doce de algodão, que nós, meninas, temos uma maneira particular de fazer xixi. O primeiro jacto que sai pela força da gravidade é direccionado para a parede da sanita, de forma a que o som se assemelhe ao de uma melodiosa cascata, depois o jacto acaba e, após alguns segundos, faz-se mais um bocadinho. Limpa-se o pingo, e prontos já está.

Pois é, minha querida, só que acontece que o barulho da água da fonte estimula o xixi, a gente limpa o pingo e, desculpa a palavra, a vontade de mijar regressa.

Enfim, para abreviar, digo-te que, de tanto me relaxar ao som da água da fonte, e inebriada pelo suave perfume aspergido pelos bordos da sanita, chegou a vontade de algo mais sólido, se é que me faço entender...
Nada de grave se, para completar o paraíso daquela casa de banho, a música não fosse sacra.

Cris, (e volto a pedir desculpa pela palavra) tu conseguirias cagar ao som da Ave Maria de Schubert? Eu não.

Mas a semente (chamemos-lhe assim) estava lá. E o desconforto também. No final de um canto Gregoriano, verde de raiva, fiz um esforço hercúleo e o tampão precursor do alívio subsequente saiu disparado. E eis que irrompe por todo o espaço o clamor dum coro: Aleluia! Aleluia!

Não me contive. Depois do susto inicial, desatei a rir. É evidente que tudo o que deveria sair regressou à base.

Depois de 2 dias de desconforto, habituei-me à música sacra (com a excepção da Ave Maria de Schubert, claro) e também à restante música clássica, mas uma dúvida se me levanta:
Será que, no futuro, serei capaz de assistir a um concerto sem que me venha uma vontade irresistível de cagar?

Um beijo da tua
Titas

:))) até pode ser que não te venham vontades inoportunas, mas duvido é que não morras a rir durante os concertos, sobretudo se sacros!!

Casablanca, 20 de Fevereiro de 2006

Minha Querida Titas,

Eu bem te disse que devias ter vindo comigo a Marrocos.Mas insististe que tinhas que ir a Roma, que tinhas que ir a Roma!...
Pronto!-pensei-Ela vai a Roma, eu vou a Casablanca, e, no regresso, encontramo-nos no cruzamento para o Bom Jesus, e comemos o nosso bolo rei escangalhado no laguito, lá em cima no parque.

Pois, mas isto de ir a Marrocos e não comer uns frutos secos, atirar-lhe com uns belos de uns sumos de laranja por cima, mais umas saladas que nem te conto, mais uns chás de menta, mais frutos secos, mais uns cus-cus, mais uns sumos de laranja, mais umas bejecas depois do sol por, claro, e depois mais umas tâmaras com um molho que puxa mais um sumito de laranja... Bom!...
Eras tu nas Europas, a tentar dar uma mija ao som da Avé Maria, e eu, a correr feita doida à procura de uma casa de banho.
Bendito Hotel!
Imaginas a tua amiga a passar disparada pelos guardas, passadeira vermelha fora?
Não?
Logo vi que não imaginavas!
Queria lá saber que fosse o Hilton ou a pata que o pôs ou que viessem não sei quantos guardas atrás de mim!...
Ou encontrava uma casa de banho ou ia ser um cataclismo em terras que D.Sebastião pisou (digo eu, que o mecito não se ficou por Qzar el Quibir, podes crer!...)jamais sentido por aquelas paragens!
Hei-la, finalmente!
Linda! Nem era preciso puxador de porta, mulher!
Aquilo era a casa de banho do Ali Babá (os quarenta ladrões vinham atrás de mim, pois, mas isso fica para outras núpcias...)
Olha, imagina-me numa sala, à procura da retrete (aqueles gajos com a mania de chamarem "retrete" à reforma, vou-te dizer...)
Com a minha aflição, nem uma de francês me saía. Saía-me era outra coisa ou não encontrasse eu a sanita depressa.
Et... Voilá!
Linda, dourada, refrigerada, com música que saía por baixo, por cima.Digna de um cú de rei (de rainha, neste caso, ou melhor, de princesa, que eu sou jovem, tu sabes!)

Nina, aquilo foi um momento único!
Regaleeeeeei-me...

Eis que quando me preparava para procurar o papel, esboço o gesto...e...(poupo-te os pormenores, como é evidente) sinto uma refrescadela nas partes pudengas, depois um ar fresco que me secou as ditas, e, o toque final: Um jacto de pó de talco perfumado!!!

Isto, Linda, pensava eu, merecia ser filmado.Nem tinha acabado de o pensar e ouvi um Zip!Tssssc!...Zip!...Tsssssc!...Zip...
Ela lá estava, a câmara, a filmar, ora de um lado, ora do outro, a tua querida Cris, calças para baixo, a rir à gargalhada.

Digo-te!A tua "cagadela" foi santa, mas a minha? (Que Alá proteja aquela casa de banho para sempre!) Foi das coisas mais sublimes que deixei em terras de Africa.

E com esta me despeço, por agora!

Encontramo-nos então no cruzamento para o Bom Jesus.
Eu levo o bolo rei escangalhado e tu, uma pinguita para empurrar, está combinado? Ah!Aproveita para trazer o tal do boneco de peluche...aquele, sabes? Que me mandaste uma amostra por mail!...

Desta que te adora,
Cris

Meninas, meninas, tou banzado! Não com a Titas, que já se tornou previsível no que às necessidades fisiológicas respeita, mas tu Cris, a tia que eu mais respeitava...Então e aqueles poemas liriquíssimos? Aquelas lágrimas tão sofridas? Pergunto-me agora se não serão do ESFORÇO que fazes na retrete! Ora bolas :(

Xiiiii... inté besti a camisola ao contrário enquanto lia os comments!!!

Afinal, só mudaste de casa, não desapareceste! minhauuu
Fizeste-me rir. Gosto de ver nesta nova vida!

amanha prometo vir cá ler melhor o teu blog e a tua recomendação hoteleira, em todo o caso agradeço a visita e o comentário mas é que tou cheio de merdas para fazer e não já ter tido tempo para aqui vir agora não foi mau... vá ora então um grande bem haja

é bom também fazer-te uma visita e pelo que li já deu para descontrair o meu dia super agitado

beijinhos

lena

Quem agora quase mijava de tanto rir era eu....
BShell

mas esta casa nova está + bonita a cada dia. esto umuito cansada hoje. Volto para ler amanhã. passa num dos meus blogues e vê o apelo, enviei email mas mtºs vieraa devolvidos não sei se foi o caso do teu. É importante. Muito.Bjocas e tudo d ebom por aí ti e família. Bjocas

Minha querida, não tenho o seu e-mail!!!!!!!!
Ao ler este amontoado de caracteres que nos conta esta soberba história sobre melodias triviais , a menina devia de alertar os leitores ao uso de fralda, não me contive e pinguei a calça. Não consigo de parar rir. hehehe
Beijocas

Absolutamente fascinante. Agora, com licença, que vou continuar a rir.

bravo!!!...deliciei-me com o teu xixi...ate dei um pum, para criar clima, enquanto lia a tua historia...
Aprecio a tua coragem de partilhar momentos tão intimos como esse, ainda mais de uma forma brilhante...

Espectacular!!!

Só tu, para devolveres este sorriso maroto ao meu rosto!

Beijos ;)

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